domingo, 1 de julho de 2012

ARTIGO: IRRADIAÇÃO DE ALIMENTOS: ORIENTAÇÃO À COMUNIDADE


IRRADIAÇÃO DE ALIMENTOS: ORIENTAÇÃO À COMUNIDADE

CENTRO PAULA SOUZA, ETEC “DONA ESCOLÁSTICA ROSA”, CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA.

MORAES Luis Guilherme Dutra de[1]; SILVEIRA, Isabella Robles Brasil[2]; SANTOS, Jeniffer Carvalho dos[3]; JORGE, Monike Regina Machado[4]; SANTANA, Thaiza Oliveira[5]; ALTENBURG, Helena[6]; SZABO, Marisa MV[7]; DIAS, Katia AC[8].
[1] Bacharel em Educação Física, Concluinte do Curso Técnico em Nutrição e Dietética, ETEC Dona Escolástica Rosa; [2,3,4,5] Concluintes do Curso Técnico em Nutrição e Dietética, ETEC Dona Escolástica Rosa; [6] Nutricionista, Mestre, Professora do Centro Paula Souza, ETEC Dona Escolástica Rosa; [7,8] Nutricionistas, Pós Graduadas, Professoras do Centro Paula Souza, ETEC Dona Escolástica Rosa.

RESUMO.
OBJETIVO: Orientar e verificar o conhecimento da comunidade em relação ao processo de irradiação em alimentos. MATERIAIS E MÉTODOS: Por meio de um questionário aplicado em hiper e supermercados foram entrevistadas cem pessoas, que estavam cientes de que sua participação estaria contribuindo para uma pesquisa com finalidade acadêmica e que seus dados não seriam identificados de acordo com um termo de consentimento livre e esclarecidos. Primeiramente, os participantes deveriam responder um questionário socioeconômico que consistia em dados como: gênero, idade, renda salarial, profissão ou atividade e grau de escolaridade. Após essa etapa haviam cinco perguntas relacionadas ao conhecimento sobre o processo de irradiação nos alimentos e seus resultados, e para finalizar as pessoas foram orientadas através de um folder explicativo com a finalidade de ampliar o conhecimento das pessoas e esclarecer as dúvidas que surgiam. RESULTADOS: Dos entrevistados 89%(n=89) disseram não saber sobre essa tecnologia e 67%(n=67) associaram essa técnica com a radioatividade, o que justifica os 84%(n=84) que não consumiriam esses produtos. Apenas 6%(n=6) dos participantes fizeram uma correta interpretação do assunto. CONCLUSÃO: A falta de informação é um fator contribuinte para a resistência da comunidade em relação ao consumo e aquisição desses alimentos. A irradiação só trás malefícios ao ser humano quando esta entra em contado direto com o indivíduo, porém as pessoas acham que isso ocorre ao ingerir alimentos irradiados.

PALAVRAS CHAVE: Irradiação, Alimentos, Conservação, Radioatividade.

INTRODUÇÃO: Ha mais de 100 anos, nos EUA, a técnica de irradiação em alimentos vem sendo pesquisada e no Brasil os estudos iniciaram na década de 50. O processo de irradiação alimentar é aprovado pelo Ministério da Saúde através da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA 2001) com a Resolução RDC nº 21, de 26/01/2011. A irradiação de alimentos é o tratamento dos mesmos com radiação ionizante que consiste na conservação dos alimentos, pois reduz as perdas naturais causadas por processos fisiológicos, além de eliminar ou reduzir microrganismos patogênicos que deterioram os alimentos. Esta técnica controla as dosagens de modo que não comprometa as propriedades funcionais dos alimentos. O processo consiste em submetê-los, já embalado ou a granel, a uma quantidade minuciosamente controlada dessa radiação, por um tempo prefixado e com objetivos bem determinados (USP, 2005). A radiação ionizante tem sido utilizada em um grande espectro de aplicações industriais, sendo a principal aplicação na esterilização de produtos médicos, farmacêuticos, cosméticos e no processamento de alimentos. Esta técnica é amplamente utilizada em países industrializados e atualmente apresenta uma forte expansão nos países em desenvolvimento, mas o que pode inibir o uso comercial da radiação em alimentos é o alto custo dessa tecnologia. As regiões tropicais, como é o caso do Brasil, são propícias para o desenvolvimento de diversos tipos de cultura de interesse agrícola, mas também são ideais para o desenvolvimento de várias espécies de pragas que podem ser tratados após a colheita com fumegantes como o brometo de metila, que é altamente eficiente para a desinfestação de produtos agrícolas. Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN, 2011). Os frutos podem ser colhidos com maturação mais avançada, quando todas suas características de sabor e aparência externa estejam completamente desenvolvidas, e também podem ser irradiados na embalagem final, evitando assim risco de nova contaminação após processamento. (USP, 2005). O processo de irradiação não produz nenhum tipo de resíduo e é seguro para o meio ambiente, pois são utilizados como fontes de radiação os isótopos radioativos, mais freqüentemente o Cobalto 60, obtido pelo bombardeamento com nêutrons do metal Cobalto 59 em um reator nuclear, e depois produzido,  ele é duplamente encapsulado em tubos de aço inoxidável, o que impede qualquer vazamento de radiação. São armazenados depois na própria indústria em locais pré determinados. A meia vida deste elemento é de 5,3 anos. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, ANVISA, MELLO, L.C. 2001).

OBJETIVO: Verificar o conhecimento das pessoas em relação à irradiação de alimentos e orientá-las.

MATERIAIS E MÉTODOS: Foi elaborado um questionário com dez perguntas fechadas, sendo cinco delas de caráter socioeconômicas como: gênero, idade, renda salarial, profissão ou atividade e grau de escolaridade, e aplicado em hiper e supermercados do município. Os entrevistados estavam cientes de que sua participação estaria contribuindo para uma pesquisa com finalidade acadêmica e que seus dados não seriam identificados, de acordo com um termo de consentimento livre e esclarecidos. Ao final da entrevista as pessoas foram orientadas sobre alimentos irradiados por meio de um folder explicativo com a finalidade de ampliar o conhecimento das pessoas e esclarecer as dúvidas que surgiam. Os dados foram tabulados em planilhas e expressos em gráficos do Microsoft Excel®.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Foram entrevistadas cem pessoas durante o mês de abril de 2012. Eram do sexo masculino 57%(n=57), 36%(n=36) tinham entre 18 a 38 anos e 47%(n=47) tinham de 39 a 59 anos, 30%(n=30) têm ensino médio completo, 34% (n=34) são prestadores de serviço, 65%(n=65) recebem de 2 a 4 salários mínimos mensais. Dos entrevistados 97%(n=97) afirmaram não identificarem estes produtos a venda, 89%(n=89) disseram não saber sobre essa tecnologia e 67%(n=67) associaram essa técnica com a radioatividade, o que justifica os 84%(n=84) que não consumiriam esses produtos. Apenas 6%(n=6) dos participantes fizeram uma correta interpretação do assunto.

Segundo o físico Alexandre Soares Leal (Unicamp) a contaminação radioativa pressupõe o contato físico com uma fonte radioativa, enquanto a irradiação é a energia emitida de uma fonte de radiação. Desta forma, os alimentos irradiados não se tornam radioativos, pois não contêm a fonte de radiação, mas apenas recebem a energia.
Ao orientar a comunidade por meio da pesquisa e dos folders os participantes ficaram surpresos com os benefícios desse processo, pois fatores que preocupam esta mesma população no seu dia a dia, como as doenças transmitidas pelos alimentos, à deterioração e o desperdício, com essa tecnologia podem ser evitados, pois não é muito difundida no Brasil. Os meios de comunicação também não veiculam informações sobre o assunto e desse modo a comunidade continua sem o devido esclarecimento.

CONCLUSÃO: A falta de informação é um fator contribuinte para a resistência da comunidade em relação ao consumo e aquisição desses alimentos. O estudo reforça o conceito de que as pessoas não sabem que a irradiação só trás malefícios ao ser humano quando esta entra em contado direto com o indivíduo, porém as pessoas acham que isso ocorre ao ingerir alimentos irradiados. A educação é o caminho para a consciência na escolha dos alimentos e os profissionais da saúde devem estudar e buscar as melhores opções de modo a esclarecer a população, isto reforça o conceito de que o assunto merece mais estudos e divulgação.


REFERÊNCIAS.
________ BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA, Resolução – RDC nº21, de janeiro de 2001. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 29 de janeiro de 2001. Disponível em <http://anvisa.gov.br/legis/resol/21_01rdc.htm.> Acesso em: 26 de Março de 2012.
LEAL, Alexandre Soares (UNICAMP) - A Irradiação de Alimentos é Tema Antigo, mas ainda controverso. Disponível em: <http://www.labjor.unicamp.br/midiaciencia/article.php3?id_article=244>  Acesso em: 20 de Maio de 2012.
INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGÉTICAS E NUCLEARES - IPEN
Disponível em: <http://www.ipen.br/sitio/?ap=52&idc=3226 > Acesso em: 18 nov.2011.
__________MINISTÉRIO DA SAÚDE. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC nº 21, de 26 de janeiro de 2001. Aprova o Regulamento Técnico para Irradiação de Alimentos, constante do Anexo desta Resolução.
 Disponível em: < http://e-legis.anvisa.gov.br/leisref/public/showAct.php?id=161> Acesso em: 03 de Maio de 2012.

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP). Divulgação Tecnologia da Irradiação de Alimentos e Outros Materiais. Disponível em: < http://www.cena.usp.br/irradiacao/irradiacaoalimentos.htm > Acesso em: 30 de Abril de 2012.

Folder Explicativo
Frente:



VERSO











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TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA

É o profissional que acompanha e orienta as atividades de controle de qualidade, higiênico-sanitárias e segurança no trabalho, em todo o processo de produção de refeições e alimentos. Acompanha e orienta os procedimentos culinários de preparo de refeições e alimentos. Coordena a execução das atividades de porcionamento, transporte e distribuição de refeições. Pode estruturar e gerenciar serviços de atendimento ao consumidor de indústrias de alimentos e ministrar cursos. Define padrões de procedimentos, elabora Manual de Boas Práticas em UAN e implanta sistemas de qualidade. Realiza, também, a pesagem de pacientes e aplica outras técnicas de mensuração de dados corporais para subsidiar a avaliação nutricional; avalia as dietas de rotina com a prescrição dietética indicada pelo nutricionista. Participa de programas de educação alimentar.