terça-feira, 3 de julho de 2012

ARTIGO: AVALIAÇÃO DAS BOAS PRÁTICAS DE MANIPULAÇÃO EM RESTAURANTES DE CULINÁRIA JAPONESA PARA O PREPARO DE SUSHI, SASHIMI E TEMAKI.


AVALIAÇÃO DAS BOAS PRÁTICAS DE MANIPULAÇÃO EM RESTAURANTES DE CULINÁRIA JAPONESA PARA O PREPARO DE SUSHI, SASHIMI E TEMAKI.

CENTRO PAULA SOUZA; ETEC “DONA ESCOLÁSTICA ROSA”;
CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA.

COSTA, Michele Rocha[1]; YABU Hellen Cristina[2]; RODRIGUES, Mariana Neiva[3]; THOMAZINI Carolina de Lucio[4]; ALTENBURG, Helena[5]
[1,2,3,4] Concluintes do Curso Técnico em Nutrição e Dietética no Centro Paula Souza, ETEC Dona Escolástica Rosa; [5] Nutricionista, Mestre, Professora do Centro Paula Souza, ETEC Dona Escolástica Rosa.

RESUMO
OBJETIVO Verificar as condições higiênico-sanitárias dos restaurantes japoneses que manipulam o pescado cru na preparação de sushi, sashimi e temaki. MATERIAIS E METODOS: O instrumento utilizado na visita técnica para coleta de dados foi um check list elaborado com base na Resolução de Diretoria Colegiada (RDC) 216 e Centro de Vigilância Sanitária (CVS) 06/99. O estudo foi observacional e foram avaliadas as boas práticas de manipulação do pescado cru. RESULTADOS: Participaram da pesquisa cinco estabelecimentos que oferecem pratos à base do pescado cru, situados na Baixada Santista. Os dados sugerem que em relação à higiene pessoal, o item lavagem das mãos com frequência demonstra que 60%(n=3) atende parcialmente. Já na avaliação da higiene do ambiente e área física, o quesito higienização dos utensílios demonstra que 100%(n=5) atende totalmente. O último item avaliado foi a higiene, manipulação e armazenamento dos alimentos, onde a avaliação do controle de temperatura da refrigeração demonstra que 100%(n=5) atende totalmente. CONCLUSÃO: Os dados da pesquisa indicam um resultado satisfatório, pois os estabelecimentos atenderam total ou parcialmente à maioria das exigências das legislações vigentes. Alguns pontos críticos podem ser melhorados por meio da aplicação de Boas Práticas de Manipulação.

PALAVRAS CHAVE: Pescado cru; Boas práticas; Contaminação; Culinária japonesa.

INTRODUÇÃO: A busca por hábitos de vida saudáveis tem mudado o perfil alimentar da população e aumentado a busca por estabelecimentos que oferecem pratos da culinária japonesa, como o sushi, sashimi e temaki (VIEIRA, 2009). 
Segundo Germano et al (2008) anteriormente, o pescado cru era comum somente em locais onde habitavam imigrantes asiáticos e hoje podemos encontrá-lo até em shopping centers. Para Demetrio et al., (2009) o Japão é um dos países com o maior número de centenários e o segredo desta longevidade está em sua alimentação. O pescado é fonte de proteína de alto valor biológico e atua como um preventivo das doenças cardiovasculares. Embora haja uma grande oferta nutritiva do pescado na alimentação humana, ele pode ser o veiculador de uma gama enorme de microorganismos patogênicos para o homem e, por ser um alimento de fácil decomposição, necessita de cuidados especiais. Contaminações microbianas podem ser ocasionadas por práticas incorretas de manipulação e processamentos, como também devido à condição higiênico-sanitária inadequada do local de preparo de refeições e dos manipuladores (GERMANO et al., 2008).


OBJETIVO: Verificar as condições higiênico-sanitárias dos restaurantes japoneses que manipulam o pescado cru na preparação de sushi, sashimi e temaki.

MATERIAIS E METODOS: O instrumento utilizado na visita técnica para coleta de dados foi um check list elaborado com base na Resolução de Diretoria Colegiada (RDC) 216 e Centro de Vigilância Sanitária (CVS) 06/99 estruturado em três partes, visando observar: paramentação do manipulador, higiene do ambiente no local da manipulação do pescado cru e o armazenamento do pescado. O estudo foi observacional e Foram realizadas visitas técnicas para coleta de dados em restaurantes japoneses situados nos municípios de São Vicente e Santos onde foram avaliadas as boas práticas de manipulação do pescado cru. Eles foram eleitos para ser objeto da pesquisa por contarem com uma área de manipulação de fácil visualização, com abertura ao público e consumidor. Nesta pesquisa foram observados, sob o ponto de vista de um consumidor, os itens acima mencionados.Para visualização do armazenamento dos pescados foi estabelecido um contato com o sushi-man e, por meio de conversa, foram obtidas algumas informações.Quando houve a possibilidade e o convite, foi realizada uma visualização do local de armazenamento.Os dados foram tabulados em planilhas e os resultados expressos em tabelas do Microsoft Excel®.

RESULTADOS: Participaram da pesquisa cinco estabelecimentos que oferecem pratos à base do pescado cru, situados na Baixada Santista. Os dados foram coletados nos meses de março a abril de 2012. Sugerem que em relação à higiene pessoal, o item lavagem das mãos com frequência demonstra que 60%(n=3) atende parcialmente.
Tabela 1. Higiene pessoal dos manipuladores de pescados crus.
A - Higiene pessoal
Atende Totalmente
Atende Parcialmente
Não Atende
Presença de adornos
100%(n=5)
0%(n=0)
0%(n=0)
Presença de lesões ou enfermidades
100%(n=5)
0%(n=0)
0%(n=0)
Unhas curtas sem esmaltes e limpas
80%(n=4)
20%(n=1)
0%(n=0)
Presença de sabonete antisséptico ou álcool gel
80%(n=4)
0%(n=0)
20%(n=1)
Lavagem das mãos com frequência
20%(n=1)
60%(n=3)
20%(n=1)
Uniforme exclusivo, clara, limpo, bem conservado.
40%(n=2)
40%(n=2)
20%(n=1)
Conversas, tosse ou espirro sobre a preparação.
20%(n=1)
80%(n=4)
0%(n=0)
Cartazes de orientação sobre a lavagem das mãos
20%(n=1)
0%(n=0)
80%(n=4)
Utilização de toucas, máscaras e aventais.
0%(n=0)
40%(n=2)
60%(n=3)

Já na avaliação da higiene do ambiente e área física, o quesito higienização dos utensílios demonstra que 100%(n=5) atende totalmente.
Tabela 2. Higiene do ambiente e área física dos estabelecimentos
B - Higiene do ambiente e área física
Atende Totalmente
Atende Parcialmente
Não atende
Utensílios
100%(n=5)
0%(n=0)
0%(n=0)
Limpeza de bancadas, balcões e pias.
60%(n=3)
40%(n=2)
0%(n=0)
Ambiente
40%(n=2)
60%(n=3)
0%(n=0)
O último item avaliado foi higiene, manipulação e armazenamento dos alimentos, onde a avaliação do controle de temperatura da refrigeração demonstra que 100%(n=5) atende totalmente.
Tabela 3. Higiene, manipulação e armazenamento dos alimentos.
C - Higiene, manipulação e armazenamento dos alimentos.
Atende Totalmente
Atende Parcialmente
Não atende
Não observado
Controle de temperatura da refrigeração
100%(n=5)
0%(n=0)
0%(n=0)
0%(n=0)
Armazenamento exclusivo dos pescados
80%(n=4)
0%(n=0)
20%(n=1)
0%(n=0)
Temperatura e condições gerais dos pescados
80%(n=4)
0%(n=0)
20%(n=1)
0%(n=0)
Alimentos em fase de preparo protegidos e identificados
60%(n=3)
40%(n=2)
0%(n=0)
0%(n=0)
Alimentos transportados de forma a evitar a contaminação
60%(n=3)
40%(n=2)
0%(n=0)
0%(n=0)
Organização do refrigerador
60%(n=3)
40%(n=2)
0%(n=0)
0%(n=0)
Separação dos alimentos por categoria
60%(n=3)
0%(n=0)
40%(n=2)
0%(n=0)
Organização do freezer
20%(n=1)
20%(n=1)
0%(n=0)
60%(n=3)
As sobras são armazenadas e reutilizadas adequadamente
20%(n=1)
0%(n=0)
0%(n=0)
80%(n=4)
Desinfecção adequada dos hortifrutis.
0%(n=0)
0%(n=0)
20%(n=1)
80%(n=4)

CONCLUSÃO: Os dados revelaram que a maioria dos estabelecimentos atendeu totalmente ou parcialmente as exigências da legislação vigente. No quesito higiene pessoal, deve-se dar maior atenção à frequência da lavagem das mãos e às conversas durante a preparação do alimento à base de pescado cru. No quesito higiene do ambiente e área física dos estabelecimentos, foi observado que o espaço físico da área de preparo é pequeno, aumentando o risco de contaminação cruzada. No quesito armazenamento, o resultado foi muito satisfatório, pois a maioria dos restaurantes apresentaram boas condições na temperatura do pescado armazenado. As falhas analisadas neste estudo podem ser facilmente resolvidas com a aplicação das Boas Práticas de Manipulação e treinamento periódico dos manipuladores por meio de contratação de pessoal técnico especializado e qualificado. O assunto merece maiores estudos.

REFERÊNCIAS:
__________BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Ministério da Pesca e Agricultura. Boas práticas de manipulação de pescado. Brasil, 2011.

__________BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC 216, de 15 de setembro de 2004. Disponível em: http://www.anvisa.gov.br. Acesso em: 13 jun. 2012.
__________BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Portaria CVS 6, de 10 de março de 1999. Disponível em: http://www.anvisa.gov.br. Acesso em: 13 jun. 2012.

DEMETRIO, Alinne Araujo et al. Culinária japonesa: alimentação saudável. IX Jornada de Ensino, Pesquisa e Extensão da UFRPE, 2009. Disponível em: http://www.eventosufrpe.com.br/jepex2009/cd/resumos/R0625-3.pdf. Acesso em: 31 mai. 2012.

GERMANO, Pedro Manuel Leal; GERMANO, Maria Izabel Simões. Qualidade do Pescado. Higiene e Vigilância Sanitária de Alimentos. 3 ed. Cap. 8, pp. 161-175. Barueri, SP: Manole, 2008.

VIEIRA, Anna Carolyna Goulart et al. Controle de qualidade de pescados consumidos crus, da obtenção à entrega ao consumo. Prêmio Nutrigen, 2011. Disponível em: http://nutrigen2011.agcom.com.br/docs/cat_est_09.pdf. Acesso em: 31 mai. 2012.


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TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA

É o profissional que acompanha e orienta as atividades de controle de qualidade, higiênico-sanitárias e segurança no trabalho, em todo o processo de produção de refeições e alimentos. Acompanha e orienta os procedimentos culinários de preparo de refeições e alimentos. Coordena a execução das atividades de porcionamento, transporte e distribuição de refeições. Pode estruturar e gerenciar serviços de atendimento ao consumidor de indústrias de alimentos e ministrar cursos. Define padrões de procedimentos, elabora Manual de Boas Práticas em UAN e implanta sistemas de qualidade. Realiza, também, a pesagem de pacientes e aplica outras técnicas de mensuração de dados corporais para subsidiar a avaliação nutricional; avalia as dietas de rotina com a prescrição dietética indicada pelo nutricionista. Participa de programas de educação alimentar.