IRRADIAÇÃO DE
ALIMENTOS: ORIENTAÇÃO À COMUNIDADE
CENTRO PAULA SOUZA, ETEC “DONA ESCOLÁSTICA
ROSA”, CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA.
MORAES Luis Guilherme Dutra de[1]; SILVEIRA, Isabella
Robles Brasil[2]; SANTOS, Jeniffer Carvalho dos[3]; JORGE, Monike Regina
Machado[4]; SANTANA, Thaiza Oliveira[5]; ALTENBURG, Helena[6]; SZABO, Marisa
MV[7]; DIAS, Katia AC[8].
[1] Bacharel em Educação Física, Concluinte do Curso Técnico em Nutrição
e Dietética, ETEC Dona Escolástica Rosa; [2,3,4,5] Concluintes do Curso Técnico
em Nutrição e Dietética, ETEC Dona Escolástica Rosa; [6] Nutricionista, Mestre,
Professora do Centro Paula Souza, ETEC Dona Escolástica Rosa; [7,8]
Nutricionistas, Pós Graduadas, Professoras do Centro Paula Souza, ETEC Dona
Escolástica Rosa.
RESUMO.
OBJETIVO: Orientar e
verificar o conhecimento da comunidade em relação ao processo de irradiação em
alimentos. MATERIAIS E MÉTODOS: Por meio de um questionário aplicado em hiper e
supermercados foram entrevistadas cem pessoas, que estavam cientes de que sua
participação estaria contribuindo para uma pesquisa com finalidade acadêmica e
que seus dados não seriam identificados de acordo com um termo de consentimento
livre e esclarecidos. Primeiramente, os participantes deveriam responder um
questionário socioeconômico que consistia em dados como: gênero, idade, renda
salarial, profissão ou atividade e grau de escolaridade. Após essa etapa haviam
cinco perguntas relacionadas ao conhecimento sobre o processo de irradiação nos
alimentos e seus resultados, e para finalizar as pessoas foram orientadas
através de um folder explicativo com a finalidade de ampliar o conhecimento das
pessoas e esclarecer as dúvidas que surgiam. RESULTADOS: Dos
entrevistados 89%(n=89) disseram não saber sobre essa tecnologia e 67%(n=67)
associaram essa técnica com a radioatividade, o que justifica os 84%(n=84) que
não consumiriam esses produtos. Apenas 6%(n=6) dos participantes fizeram uma
correta interpretação do assunto. CONCLUSÃO: A falta de informação é um
fator contribuinte para a resistência da comunidade em relação ao consumo e
aquisição desses alimentos. A
irradiação só trás malefícios ao ser humano quando esta entra em contado direto
com o indivíduo, porém as pessoas acham que isso ocorre ao ingerir alimentos
irradiados.
PALAVRAS CHAVE: Irradiação, Alimentos, Conservação, Radioatividade.
INTRODUÇÃO: Ha mais de
100 anos, nos EUA, a técnica de irradiação em alimentos vem sendo pesquisada e
no Brasil os estudos iniciaram na década de 50. O
processo de irradiação alimentar é aprovado pelo Ministério da Saúde através da
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA 2001) com a Resolução RDC nº
21, de 26/01/2011.
A irradiação de alimentos é o tratamento dos mesmos com radiação ionizante que
consiste na conservação dos alimentos, pois reduz as perdas naturais causadas
por processos fisiológicos, além de eliminar ou reduzir microrganismos
patogênicos que deterioram os alimentos. Esta técnica controla as dosagens de modo que não
comprometa as propriedades funcionais dos alimentos. O
processo consiste em submetê-los, já embalado ou a granel, a uma quantidade
minuciosamente controlada dessa radiação, por um tempo prefixado e com
objetivos bem determinados (USP, 2005). A radiação
ionizante tem sido utilizada em um grande espectro de aplicações industriais,
sendo a principal aplicação na esterilização de produtos médicos,
farmacêuticos, cosméticos e no processamento de alimentos. Esta técnica é
amplamente utilizada em países industrializados e atualmente apresenta uma
forte expansão nos países em desenvolvimento, mas o que pode inibir o
uso comercial da radiação em alimentos é o alto custo dessa tecnologia. As regiões tropicais, como é o caso do Brasil, são propícias para o
desenvolvimento de diversos tipos de cultura de interesse agrícola, mas também
são ideais para o desenvolvimento de várias espécies de pragas que podem ser
tratados após a colheita com fumegantes como o brometo de metila, que é
altamente eficiente para a desinfestação de produtos agrícolas. Instituto de Pesquisas
Energéticas e Nucleares (IPEN, 2011). Os frutos
podem ser colhidos com maturação mais avançada, quando todas suas
características de sabor e aparência externa estejam completamente
desenvolvidas, e também podem ser irradiados na embalagem final, evitando assim
risco de nova contaminação após processamento. (USP, 2005).
O processo de irradiação não
produz nenhum tipo de resíduo e é seguro para o meio ambiente, pois são utilizados
como fontes de radiação os isótopos radioativos, mais freqüentemente o Cobalto
60, obtido pelo bombardeamento com nêutrons do metal Cobalto 59 em um reator
nuclear, e depois produzido, ele é duplamente encapsulado em tubos de aço
inoxidável, o que impede qualquer vazamento de radiação. São armazenados depois
na própria indústria em locais pré determinados. A meia vida deste elemento é
de 5,3 anos. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, ANVISA, MELLO, L.C.
2001).
OBJETIVO: Verificar o conhecimento das pessoas em relação à
irradiação de alimentos e orientá-las.
MATERIAIS E MÉTODOS: Foi elaborado um questionário com dez perguntas fechadas, sendo cinco
delas de caráter socioeconômicas como: gênero, idade, renda salarial, profissão
ou atividade e grau de escolaridade, e aplicado em hiper e supermercados do
município. Os entrevistados estavam cientes de que sua participação estaria
contribuindo para uma pesquisa com finalidade acadêmica e que seus dados não
seriam identificados, de acordo com um termo de consentimento livre e
esclarecidos. Ao final da entrevista as pessoas foram orientadas sobre
alimentos irradiados por meio de um folder explicativo com a finalidade de ampliar o conhecimento das pessoas e esclarecer as
dúvidas que surgiam. Os dados foram tabulados em planilhas e expressos em
gráficos do Microsoft Excel®.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Foram entrevistadas cem pessoas durante o
mês de abril de 2012. Eram do sexo masculino 57%(n=57), 36%(n=36) tinham entre 18 a 38 anos e 47%(n=47) tinham
de 39 a 59 anos, 30%(n=30) têm ensino médio completo, 34% (n=34) são
prestadores de serviço, 65%(n=65) recebem de 2 a 4 salários mínimos mensais. Dos entrevistados 97%(n=97) afirmaram não
identificarem estes produtos a venda, 89%(n=89) disseram não saber sobre essa
tecnologia e 67%(n=67) associaram essa técnica com a radioatividade, o que
justifica os 84%(n=84) que não consumiriam esses produtos. Apenas 6%(n=6) dos
participantes fizeram uma correta interpretação do assunto.
Segundo o físico Alexandre Soares Leal (Unicamp) a contaminação radioativa pressupõe o contato físico
com uma fonte radioativa, enquanto a irradiação é a energia emitida de uma
fonte de radiação. Desta forma, os alimentos irradiados não se tornam
radioativos, pois não contêm a fonte de radiação, mas apenas recebem a energia.
Ao orientar a comunidade por meio da pesquisa e dos
folders os participantes ficaram surpresos com os benefícios desse processo,
pois fatores que preocupam esta mesma população no seu dia a dia, como as
doenças transmitidas pelos alimentos, à deterioração e o
desperdício, com essa tecnologia podem ser evitados, pois não é muito difundida
no Brasil. Os meios de comunicação também não veiculam informações sobre o
assunto e desse modo a comunidade continua sem o devido esclarecimento.
CONCLUSÃO: A falta de informação é um fator contribuinte para a resistência da comunidade em relação ao consumo e aquisição desses
alimentos. O estudo reforça o conceito de que as pessoas
não sabem que a irradiação só trás malefícios ao ser humano quando esta entra
em contado direto com o indivíduo, porém as pessoas acham que isso ocorre ao
ingerir alimentos irradiados. A educação é o caminho para a consciência na escolha
dos alimentos e os profissionais da saúde devem estudar e buscar as melhores
opções de modo a esclarecer a população, isto reforça o conceito de que o
assunto merece mais estudos e divulgação.
REFERÊNCIAS.
________ BRASIL. Ministério da Saúde. Agência
Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA, Resolução – RDC nº21, de janeiro de 2001. Diário Oficial da União,
Brasília, DF, 29 de janeiro de 2001. Disponível em
<http://anvisa.gov.br/legis/resol/21_01rdc.htm.> Acesso em: 26 de Março
de 2012.
LEAL, Alexandre Soares (UNICAMP) - A Irradiação de Alimentos é Tema
Antigo, mas ainda controverso. Disponível em: <http://www.labjor.unicamp.br/midiaciencia/article.php3?id_article=244>
Acesso em: 20 de Maio de 2012.
INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGÉTICAS E NUCLEARES - IPEN
Disponível em: <http://www.ipen.br/sitio/?ap=52&idc=3226 > Acesso em: 18 nov.2011.
Disponível em: <http://www.ipen.br/sitio/?ap=52&idc=3226 > Acesso em: 18 nov.2011.
__________MINISTÉRIO DA SAÚDE. Agência
Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC nº 21, de 26 de janeiro de
2001. Aprova o Regulamento Técnico para Irradiação de Alimentos, constante do
Anexo desta Resolução.
Disponível em: < http://e-legis.anvisa.gov.br/leisref/public/showAct.php?id=161> Acesso em: 03 de Maio de 2012.
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP). Divulgação
Tecnologia da Irradiação de Alimentos e Outros Materiais. Disponível em: < http://www.cena.usp.br/irradiacao/irradiacaoalimentos.htm
> Acesso em: 30 de Abril de 2012.
Folder
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